quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu começo com um adeus



Há algum tempo eu quero criar um blog. Existe aquela pressão dos professores de jornalismo: "Você deve ter um blog. Ele te dará visibilidade", "O jornalista deve estar integrado com as novas mídias" ou "O estudante deve praticar o que ele aprende em sala de aula"... enfim. Desde que tive meu primeiro blog (que não foi adiante!), em uma aula da faculdade, tenho vontade de escrever em um lugar que fosse só meu e que eu pudesse falar o que viesse na minha cabeça. Juro que não foi por pressão dos professores não!

Pois é, mas faltava tempo e um bom motivo. Tempo agora eu tenho, afinal estou de férias na faculdade. Faltava apenas o chamado "gancho" (olha o jargão jornalístico!), um motivo especial e atual. No dia 25 de junho deste ano, eu estava na redação (em mais um dia de trabalho), quando começou a correr a notícia da morte de Michael Jackson. Ficou um disse-me-disse, ninguém confirmava a informação, até que, no final da tarde, o que muitos fãs temiam se confirmou. O Rei do Pop estava realmente morto.

No início a minha ficha não caiu. Eu estava mais empolgada com a adrenalina na redação do que com a gravidade da notícia. Só comecei a pensar a respeito na volta para casa. Liguei o rádio enão parei de mudar as estações... onde eu ouvisse a voz do astro, era ali que eu parava. Eu não queria saber sobre as sessões de quimioterapia da Dilma Rousseff (nada contra ela). Não queria saber do trânsito. Só queria ouvir Michael Jackson. E no meu trajeto de 1h20 não me lembro de ter escutado nenhuma informação relevante. Assim como eu, ninguém sabia de mais detalhes. Tudo o que eu desconhecia de Michael Jackson eu conheci ali. Para segurar a audiência, as emissoras tocavam músicas, falavam sobre a biografia do astro e conversavam com os mais inusitados entrevistados. Para mim estava ótimo. Qualquer coisa que falassem de Jackson me deixaria satisfeita e confortada. Eu só queria ouvir isso, mais nada!

Ao longo dos dias a ficha foi caindo. Eu, que não era fã e apenas conhecia as músicas populares de Jackson, comecei a ficar obcecada pelo assunto. E, só assim, fui me tocar do que estava acontecendo e percebi a tamanha importância de Michael para a música mundial. Um artista completo: pelo canto, pela dança, pelas composições, pelas inovações que trouxe. Não vou ficar repetindo o que todos os veículos disseram. Só gostaria de expressar o que estou sentindo. É uma perda irreparável para a música e para milhares de fãs ao redor do mundo.

Impressionante a mobilização e a comoção. Confesso que cada coisa que leio, ouço e vejo, vou ficando mais sensibilizada. Na segunda-feira assisti ao polêmico documentário "Living with Michael Jackson", produzido pelo jornalista britânico Martin Bashir. O filme só confirmou minhas impressões. Michael ficou preso em uma infância que ele não viveu. Queria ser o Peterpan, brincava e convivia com crianças e se afundava em dívidas por causa de brinquedos e artesanatos. Um coração puro e uma cabeça infantil, fruto de experiências terríveis na infância, principalmente por causa do pai. O preconceito, os maus-tratos e o abuso por parte de Joe Jackson, o sucesso e o dinheiro, a perda da infância e a insatisfação com sua aparência fizeram do "little Michael", um ser polêmico, envolvido em escândalos e um homem muito solitário.
Ontem, assistindo ao funeral, mais uma vez fiquei me perguntando se não era cedo demais para ele morrer. Os discursos de Brooke Shields e da pequena Paris foram os momentos mais emocionantes.




Acho que a maneira com que Michael morreu foi um reflexo do que ele era realmente: Idolatrado, polêmico e solitário.

Mas, a vida continua. E, é claro, que os fã não deixaram o legado do astro morrer. Hoje mesmo descobri um site genial que homenageia o astro. É o
Eternal MoonWalk (a dança de Michael). Ele recebe o vídeo de qualquer pessoa que queira imitar, de alguma maneira, a dança criada por Jackson. Vale a pena conferir.

E as homenagens não param. Como disse no meu
twitter, até a Maísa fez uma menção ao Rei do Pop, "o finado maika jaksa, coitado. Um beijo para ele, tomara que ele esteja feliz no lugar que ele esteja". Incrível.

Bom, achei que a morte do astro seria um bom motivo para dar início ao meu blog. Sempre que possível quero atualizá-lo com vídeos, fotos e quem sabe podcasts próprios (que chique!). Meu foco aqui será a cultura brasileira, pois é o assunto que eu mais gosto. Música, teatro, literatura, cinema... enfim. Um giro pela cultura tupiniquim e o que acontece neste ramo pelo Brasil afora. Reportagens, textos mais elaborados, textos informais. A ordem é variar os estilos.

Foi dada a largada. E deixe eu fazer o meu moonwalk, começando com o pé direito.



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